terça-feira, 10 de junho de 2014

Síntese de Corpos cetônicos

O momento metabólico em que há produção de corpos cetonicos é o de deficiência de glicose sanguínea, onde a baixa concentração de glicose sanguínea vai causar uma resposta do pâncreas que vai liberar glucagon na corrente sanguínea. O glucagon vai atuar no adipócito ativando a LHS(Lipase hormônio sensível), essa enzima vai fazer a clivagem dos triacilglicerois armazenados nos adipócitos quebrando eles em acido graxo e glicerol. Esse ácido graxo vai seguir, preferencialmente, para o fígado. No fígado, os ácidos graxos vão ser beta-oxidados e irão gerar, além de NADH e FADH2, grande quantidade de Acetil-Coa, que por sua vez vai entrar na mitocôndria e na matriz mitocondrial vai produzir os corpos cetonicos. Os corpos cetonicos são solúveis, sendo possível sua entrada na corrente sanguínea, onde eles serão transportados para os tecidos periféricos, preferencialmente para os músculos, mas os corpos cetonicos podem ir para o sistema nervoso central para serem utilizados pelo cérebro, que normalmente só utilizaria a glicose como fonte de energia.
Dentro da mitocôndria, a glicose é convertida, depois de diversas etapas , a Acetil-Coa  que se junta ao oxalacetato, produzindo citrato que vai para o ciclo de Krebs. Porém quando há deficiência energética, o Acil-CoA-Graxo sofre beta oxidação, liberando FADH2, NADH e Acetil-CoA , o qual  vai para a cetogênese.
Na cetogênese, o Acetil-CoA é o principal substrato para a formação de corpos cetonicos. Ele vai se juntar a outro Acetil-CoA pela enzima tiolase formando o Acetoacetil-Coa que se junta a outro Acetil-CoA pela enzima HMG-CoA sintase (presente no fígado) formando o HMG-CoA, sendo quebrado formando o Acetoacetato(corpo cetonico) liberando Acetil-CoA.

O Acetoacetato é reduzido, pelo NADH, a  Beta-Hidroxibutirato (corpo cetonico reduzido)  , onde o NADH vem da beta oxidação, onde ele está em excesso, sendo necessário a sua oxidação para regeneração  do NAD+, que por sua vez poderá retornar para a beta oxidação. O último corpo cetonico é a cetona, a qual não é utilizada pelo corpo como um combustível por ser muito volátil.


Tipos de corpos cetônicos:

Referência:



Por: Juliana Cristhini

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Hormônio: grelina

Descoberta em 1999, por Kojima, a grelina é um hormônio peptídeo que é produzido predominantemente mucosa do estômago, possui 28 aminoácidos com uma modificação octanóica no grupo hidroxil sobre a serina 3. A grelina é responsável por liberar GH, o hormônio do crescimento. Porém, a grelina está envolvida na regulação central da ingestão alimentar e no balanço energético, incitando o apetite, a lipogênese, a adipogênese e reduzindo a taxa metabólica.
Ela também pode ser produzida  no sistema nervoso central, rins, placenta e coração. A grelina possui outras funções como: 
·         Estimulação da secreção lactotrófica e corticotrófica;
·         Atividade orexígena acoplada ao controle do gasto energético;
·         Controle da secreção ácida e da motilidade gástrica;
·         Influência sobre a função endócrina pancreática e metabolismo da glicose;
·          Ações cardiovasculares e efeitos antiproliferativos em células neoplásicas.
 Os níveis de grelina são influenciados no estado nutricional, encontrando-se elevados em estado de anorexia nervosa e reduzidos na obesidade. A grelina regula em curto prazo o balanço energético. Durante o jejum prolongado os índices de grelina se encontram altos e em estados de hipoglicemia, logo após a refeição ou absorção de glicose intravenosa, o nível de concentração diminui. Os tipos de nutrientes contidos na refeição causam o aumento ou a diminuição pós-prandial de grelina. Constatou que na concentração houve diminuição de grelina após refeições ricas em carboidratos e aumento de grelina após refeições ricas em proteína animal e lipídeos.

 O Grupo de Cirurgia de Obesidade da Unicamp analisou o assunto: se a substância induz à fome, o obeso produz muita grelina? A Unicamp provou que não. Concluíram que cada pessoa já carrega geneticamente o quanto irá produzir de grelina ou que a exclusão do estômago do trânsito alimentar levaria à diminuição do hormônio.

Segundo a afirmação é em estudo da publicação The New England Journal of Medicine: Um paciente que sofre cirurgia de redução de estomago recebe menor quantidade de alimento. Além de perder circunferência (emagrecer), provoca diminuição da produção de grelina, ou seja, o obeso passa a sentir menos fome.




Referência:



Por: Juliana Vieira de Aquino

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Tecido adiposo branco

           Como dito em posts antigos nos seres humanos que são saudáveis e não obesos, o tecido adiposo branco (TAB) apresenta uma composição de cerca de 20% do peso corporal em homens e 25% nas mulheres. As células do TAB contem uma única e grande gota de gordura.
           A função primaria do TAB é a de armazenamento dos triglicerídeos em seus citoplasmas, quando  existe excesso de energia disponível no sistema  de modo que conserve esta energia para momentos que haja carência do mesmo. Os estoques de glicogênio são considerados pequenos e não consegue abastecer o organismo em situações de jejum, então a gordura acumulada em forma de TG é tida como estoque de energia.

           A alimentação e o gasto energético são reflexos da quantidade de gordura acumulada. Este tecido também apresenta a função de proteção mecânica e térmica para as vísceras e para o organismo por ser distribuída subcutânea e visceralmente. Existe também a função endócrina da excreção da leptina que já foi arbodada em outro post anterior.

Disposição do tecido no corpo


Por: Guilherme Castro

terça-feira, 3 de junho de 2014

Tecido Adiposo como órgão endócrino.

Há cerca de uma década e meia acreditava-se que o tecido adiposo era apenas um compartimento que existia no corpo com a função básica de armazenar energia.
Com o passar do tempo foi descoberto que esse tecido trata-se de um complexo reservatório energético regulado funcionalmente por nervos, hormônios, nutrientes e por mecanismos autócrinos e parócrinos. O tecido adiposo é o principal reservatório de energia do organismo, suas células são as únicas que são especializadas no armazenamento de lipídios na forma de triacilglicerol (TAG) no seu citoplasma. Esse tecido possui as enzimas e proteínas reguladoras necessárias para a síntese de ácidos graxos (lipogênese) e estocar TAG em períodos que a se tem muita energia, e para mobiliza-los pela lipólise quando existe um déficit calórico.
A regulação dos processos de síntese e quebra de TAG é regulada por meio de nutrientes e sinais aferentes dos sistemas neurais e hormonais dependendo das necessidades energéticas de cada individuo.
Os adipócitos (células do tecido adiposo) também tem a capacidade de sintetizar e liberar na corrente sanguínea adipocinas como a leptina, adiponectina e os angiotensinogênios o que evidencia a característica endócrina desse tecido.
A adipocinas que mais chama a atenção é a leptina, um hormônio que foi descoberto em 1994 pelo produto do gene ob de um camundongo obeso. Esse hormônio é secretado em concentrações mais elevadas quando a massa de tecido adiposo aumenta, sendo secretado principalmente no tecido adiposo branco e em menor quantidade no tecido adiposo marrom. Os níveis de leptina também são influenciados por hormônios como a insulina, os glicorticóides e os esteroides que aumentam a secreção dos mesmos, enquanto as catecolaminas e os androgênios diminuem a produção desse hormônio. A leptina tem age no sistema nervoso central (SNC) promovendo uma menor ingestão alimentar e incrementando o metabolismo energético, em outras palavras, a leptina reduz o apetite ao informar o cérebro que os estoques de energia em forma de gordura estão adequados através da inibição da formação de neuropeptídeos relacionados ao apetite. Nos humanos obesos, são verificados altos índices de leptina circulantes, porem, isso causa um paradoxo, já que níveis altos desse hormônio deveriam diminuir o apetite e aumentar o gasto de energia. Assim, esse caso se torna semelhante a indivíduos que possuem a diabetes mellitus (em que os níveis de insulina estão altos), é provável que ocorra uma resistência a leptina nos humanos obesos.
O tecido adiposo também secreta angiotensinogênios, essa molécula é clivada pela renhia a angiotensina I e esta é convertida a angiotensina II por uma enzima de conversão da angiotensina, ambas as enzimas estão expressas no tecido adiposo.  O angiotensinogenio é também um regulador da pressão sanguínea e exerce influencia na adiposidade.
Outra substancia que também é expressa pelos adipócitos é a Adiponectina que é uma proteína especifica e abundamente expressa no tecido adiposo. Ela tem a funções de controle alimentar, homeostase energética, proteção contra aterosclerose e o aumento da sensibilidade à insulina. Quando em baixos níveis plasmáticos, a chance de desenvolver resistência à insulina, diabetes tipo dois e de doenças cardiovascular aumenta consideravelmente.




Bibliografia:




Por: Guilherme Castro

O que é a leptina?

Friedman Coleman, baseou-se em hipótese de Leibel e de outros pesquisadores, e confirmou que o gene ob codificava um hormônio que passa na corrente sanguínea e que podem suprimir a ingestão de alimentos e peso corporal. Hormônio que mais tarde seria chamado de Leptina.
Leptina, de origem grega leptos = magro, é uma proteína produzida no tecido adiposo branco e composta por 167 aminoácidos. Este hormônio tem o controle da ingestão alimentar atuando nas células neurais, relacionando assim a massa corporal ao sistema nervoso central (SNC). No hipotálamo, a leptina reduz a ingestão dos alimentos e aumenta o gasto energético, além de regular a função neuroendócrina e o metabolismo da glicose e de gorduras. Ou seja, a principal função da leptina é a regulação dos depósitos de gordura.

Existem receptores para a leptina: 

• ObRb, de cadeia longa (maior numero de aminoácidos), com maior expressão no hipotálamo;
• ObRa de cadeia curta (menor quantidade de aminoácidos), encontrados em outros órgãos como o pâncreas.

O aumento de adipócitos está correlacionado ao aumento da leptina que ocasiona a redução do consumo de nutrientes. Em controvérsia, no estado de jejum, a glicemia e a porcentagem de insulina no sangue estão baixas, consequentemente a insulina fica inativa. A queda da taxa de leptina durante o jejum é um sinal que informa o cérebro da necessidade de ajustes neuro-hormonais de modo a garantir um metabolismo mais eficiente. 
Em indivíduos obesos, a taxa de leptina é elevada, característica da hiperleptinemia (resistência a leptina).
O hormônio produz uma sensação de saciedade partir da inibição da formação de neuropeptídios (como o neuropeptídeo Y) e também do aumento da expressão de neuropeptídeos anorexígenos. Assim, altos níveis de leptina reduzem a ingestão alimentar enquanto que baixos níveis, induzem hiperfagia ("comer muito"). 

A leptina interage com a amilina, um hormônio envolvido no esvaziamento gástrico e sensação de plenitude. Quando ambas foram dadas aos ratos, de resistência à leptina (obesos), foi observada a perda de peso. Devido à sua aparente capacidade para inverter a leptina, amilina tem sido sugerido como possível tratamento para a obesidade. 
Estudos realizados em camundongos ob/ob (obesos) mostraram que a administração exógena de leptina provocava redução da hiperfagia e do peso corporal, o que gerou uma esperança utilizar a leptina exógena no tratamento de humanos obesos. Existem apenas duas drogas aprovadas pelo Food and Drug Administration para o tratamento e controle da obesidade: a sibutramina e o orlistat.

Referência:

Por: Juliana Vieira de Aquino

domingo, 1 de junho de 2014

Relação dos Hormônios com o Tecido Adiposo

           O tecido adiposo é um tipo especial de tecido conjuntivo em que predomina o adipócito. Em pessoas de peso normal responde por 20% a 25% do peso corporal no homem e por 15% a 20% na mulher.Este tecido é um depósito de gordura (principalmente triglicerídeos) que quando o organismo necessita de fonte de energia, mobiliza-se para a oxidação e produção de energia.  Porém, essa não é a única função do tecido adiposo. Nos dias de hoje, é grande a produtividade de hormônios no tecido adiposo, tornando-se assim um significativo órgão endócrino do corpo humano. Nos anos de 1987, foi descoberta a participação do tecido adiposo no metabolismo de esteroides sexuais e 1994 a descoberta da leptina fabricada pelo tecido adiposo. 
             O tecido adiposo participa do metabolismo energético, produzem peptídeos e proteínas, secreta enzimas envolvidas no metabolismo de hormônios esteroides e expressas vários receptoras, que são alvo da ação de diversos hormônios 



               Assim ele se comunica com as células adiposas e o fígado, o cérebro e o pâncreas, o que permite, no indivíduo normal, uma regulação da quantidade de tecido adiposo através da adequação da ingestão e da queima de combustíveis com produção de energia.


Referencias:

            http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3272



Por: Juliana Vieira de Aquino

Cirurgia bariátrica e metabólica

Quando a obesidade já chegou a um nível crítico e as atividades físicas não causam efeito, é necessário uma intervenção médica como a cirurgia bariátrica. É indicada, principalmente para pacientes com o índice de massa corporal superior a 40 kg/m², e não ser vista como um procedimento para fins puramente estéticos, sendo um dos últimos recursos utilizado pelos médicos.
Os pioneiros desse procedimento, em 1954, foram Kremen e Liner, com finalidade de reduzir o peso e foi utilizado a técnica de “desvio” de intestino (by-pass). No Brasil, o precursor dessa técnica foi o Dr. Arthur Garrido. E, em 2006, o conceito metabólico foi incorporado a cirurgia bariátrica em todo mundo, por conta de alguns benefícios e controle sobre algumas doenças, como a diabetes e hipertensão arterial.
Antes da cirurgia o paciente deve consultar e ser acompanhado (obrigatório) de um cardiologista, psiquiatra, psicólogo, nutricionista e do cirurgião, além de realizar diversos exames, como exemplo, ultrassom abdominal e endoscopia digestiva. Após a cirurgia o paciente periodicamente deverá consultar os profissionais já referidos. Também recomenda-se atividade física e complemento vitamínico.
Existem três procedimentos da cirurgia, podendo ser por videolaparoscopia ou aberta:
1) Cirurgias disabsortivas:
Ocorre a redução da capacidade de absorção do intestino delgado. A mais conhecida é a operação de Scopinaro;
2) Cirurgias restritivas:
Promove-se a diminuição do tamanho do estômago, assim ele comporta menos alimentos;
3) Cirurgias Mistas:
Com pequeno grau de restrição e desvio curto do intestino com discreta má absorção de alimentos. A técnica mais conhecida é a do by-pass gástrico com anel.

Dentre esses tipos, no brasil são aprovadas quatro diferentes técnicas cirúrgicas, são elas:
ü  O by-pass gástrico, a mais praticada no Brasil (75% das cirurgias realizadas, por conta da sua segurança e eficácia), que é procedimento misto, feito pelo grampeamento de parte do estomago, reduzindo o espaço do alimento, e desvio do intestino inicial, assim promove aumento de hormônio de saciedade, diminuindo a fome.




ü  A Banda gástrica ajustável (5% dos procedimentos), não promove mudança na produção de hormônios como a by-pass, a técnica é eficaz e segura, ela é feita com a instalação de um anel de silicone inflável e ajustável ao redor do estomago, que torna possível controlar o esvaziamento do estomago, apertando mais ou menos o órgão.





 ü  Gastrectomia vertical, procedimento novo, começando nos anos   de 2000, tem boa eficácia no controle da hipertensão e doenças   dos lipídios. Consiste em transformar o estomago em um tubo,   com capacidade de 80 a 100 ml, provocando boa perca de peso,   comparando com a by-pass, e maior que a banda gástrica   ajustável.





 ü  Duodenal Switch, é a associação entre a gastrectomia vertical e desvio intestinal, nela 85% do estomago é retirado, mas a anatomia básica e fisiologia são mantidas. Esse procedimento reduz absorção de nutrientes.



Há uma terapia auxiliar, que é o balão gástrico, para preparo pré-operatório, não é um procedimento cirúrgico, sendo realizado por endoscopia para o implante de prótese de silicone, visando diminuir a capacidade gástrica e provocar saciedade. O balão é preenchido com 500 ml do líquido azul de metileno, que, em caso de vazamento ou rompimento, será expelido na cor azul pela urina. O paciente fica com o balão por um período médio de seis meses.

Uma das maiores evoluções tecnológicos da medicina, foi a videolaparoscopia, uma alternativa melhor, pois é muito menos invasiva e mais segura, tendo taxa de mortalidade de 0,23%, também aplicável em todas as técnicas já citadas. É feita por mini incisões (4-7) de 0,5 a 1,2 centímetros cada por onde passa as cânulas e câmera de vídeo, enquanto na cirúrgica aberta (laparotomia) é feito corte de 10 a 20 centímetros, que tem taxa de 0,8% a 1 % de mortalidade. Abaixo segue o vídeo feito pelo Dr. Antelmo Sasso Fin:




Referências:  


Por: Lucas Sousa Melo