Há cerca de uma década
e meia acreditava-se que o tecido adiposo era apenas um compartimento que
existia no corpo com a função básica de armazenar energia.
Com o passar do tempo
foi descoberto que esse tecido trata-se de um complexo reservatório energético
regulado funcionalmente por nervos, hormônios, nutrientes e por mecanismos
autócrinos e parócrinos. O tecido adiposo é o principal reservatório de energia
do organismo, suas células são as únicas que são especializadas no
armazenamento de lipídios na forma de triacilglicerol (TAG) no seu citoplasma.
Esse tecido possui as enzimas e proteínas reguladoras necessárias para a
síntese de ácidos graxos (lipogênese) e estocar TAG em períodos que a se tem
muita energia, e para mobiliza-los pela lipólise quando existe um déficit
calórico.
A regulação dos
processos de síntese e quebra de TAG é regulada por meio de nutrientes e sinais
aferentes dos sistemas neurais e hormonais dependendo das necessidades
energéticas de cada individuo.
Os
adipócitos (células do tecido adiposo) também tem a capacidade de sintetizar e
liberar na corrente sanguínea adipocinas como a leptina, adiponectina e os
angiotensinogênios o que evidencia a característica endócrina desse tecido.
A adipocinas que mais
chama a atenção é a leptina, um hormônio que foi descoberto em 1994 pelo
produto do gene ob de um camundongo
obeso. Esse hormônio é secretado em concentrações mais elevadas quando a massa
de tecido adiposo aumenta, sendo secretado principalmente no tecido adiposo
branco e em menor quantidade no tecido adiposo marrom. Os níveis de leptina
também são influenciados por hormônios como a insulina, os glicorticóides e os
esteroides que aumentam a secreção dos mesmos, enquanto as catecolaminas e os
androgênios diminuem a produção desse hormônio. A leptina tem age no sistema
nervoso central (SNC) promovendo uma menor ingestão alimentar e incrementando o
metabolismo energético, em outras
palavras, a leptina reduz o apetite ao informar o cérebro que os estoques de
energia em forma de gordura estão adequados através da inibição da formação de
neuropeptídeos relacionados ao apetite. Nos humanos obesos, são
verificados altos índices de leptina circulantes, porem, isso causa um
paradoxo, já que níveis altos desse hormônio deveriam diminuir o apetite e
aumentar o gasto de energia. Assim, esse caso se torna semelhante a indivíduos
que possuem a diabetes mellitus (em que os níveis de insulina estão altos), é
provável que ocorra uma resistência a leptina nos humanos obesos.
O tecido adiposo também
secreta angiotensinogênios, essa molécula é clivada pela renhia a angiotensina
I e esta é convertida a angiotensina II por uma enzima de conversão da
angiotensina, ambas as enzimas estão expressas no tecido adiposo. O angiotensinogenio é também um regulador da
pressão sanguínea e exerce influencia na adiposidade.
Outra substancia que
também é expressa pelos adipócitos é a Adiponectina que é uma proteína
especifica e abundamente expressa no tecido adiposo. Ela tem a funções de controle
alimentar, homeostase energética, proteção contra aterosclerose e o aumento da
sensibilidade à insulina. Quando em baixos níveis plasmáticos, a chance de
desenvolver resistência à insulina, diabetes tipo dois e de doenças
cardiovascular aumenta consideravelmente.
Bibliografia:
Por: Guilherme Castro
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