terça-feira, 3 de junho de 2014

Tecido Adiposo como órgão endócrino.

Há cerca de uma década e meia acreditava-se que o tecido adiposo era apenas um compartimento que existia no corpo com a função básica de armazenar energia.
Com o passar do tempo foi descoberto que esse tecido trata-se de um complexo reservatório energético regulado funcionalmente por nervos, hormônios, nutrientes e por mecanismos autócrinos e parócrinos. O tecido adiposo é o principal reservatório de energia do organismo, suas células são as únicas que são especializadas no armazenamento de lipídios na forma de triacilglicerol (TAG) no seu citoplasma. Esse tecido possui as enzimas e proteínas reguladoras necessárias para a síntese de ácidos graxos (lipogênese) e estocar TAG em períodos que a se tem muita energia, e para mobiliza-los pela lipólise quando existe um déficit calórico.
A regulação dos processos de síntese e quebra de TAG é regulada por meio de nutrientes e sinais aferentes dos sistemas neurais e hormonais dependendo das necessidades energéticas de cada individuo.
Os adipócitos (células do tecido adiposo) também tem a capacidade de sintetizar e liberar na corrente sanguínea adipocinas como a leptina, adiponectina e os angiotensinogênios o que evidencia a característica endócrina desse tecido.
A adipocinas que mais chama a atenção é a leptina, um hormônio que foi descoberto em 1994 pelo produto do gene ob de um camundongo obeso. Esse hormônio é secretado em concentrações mais elevadas quando a massa de tecido adiposo aumenta, sendo secretado principalmente no tecido adiposo branco e em menor quantidade no tecido adiposo marrom. Os níveis de leptina também são influenciados por hormônios como a insulina, os glicorticóides e os esteroides que aumentam a secreção dos mesmos, enquanto as catecolaminas e os androgênios diminuem a produção desse hormônio. A leptina tem age no sistema nervoso central (SNC) promovendo uma menor ingestão alimentar e incrementando o metabolismo energético, em outras palavras, a leptina reduz o apetite ao informar o cérebro que os estoques de energia em forma de gordura estão adequados através da inibição da formação de neuropeptídeos relacionados ao apetite. Nos humanos obesos, são verificados altos índices de leptina circulantes, porem, isso causa um paradoxo, já que níveis altos desse hormônio deveriam diminuir o apetite e aumentar o gasto de energia. Assim, esse caso se torna semelhante a indivíduos que possuem a diabetes mellitus (em que os níveis de insulina estão altos), é provável que ocorra uma resistência a leptina nos humanos obesos.
O tecido adiposo também secreta angiotensinogênios, essa molécula é clivada pela renhia a angiotensina I e esta é convertida a angiotensina II por uma enzima de conversão da angiotensina, ambas as enzimas estão expressas no tecido adiposo.  O angiotensinogenio é também um regulador da pressão sanguínea e exerce influencia na adiposidade.
Outra substancia que também é expressa pelos adipócitos é a Adiponectina que é uma proteína especifica e abundamente expressa no tecido adiposo. Ela tem a funções de controle alimentar, homeostase energética, proteção contra aterosclerose e o aumento da sensibilidade à insulina. Quando em baixos níveis plasmáticos, a chance de desenvolver resistência à insulina, diabetes tipo dois e de doenças cardiovascular aumenta consideravelmente.




Bibliografia:




Por: Guilherme Castro

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