A Liraglutida, um análogo da hormônio “glucagon-like
peptide-1” (GLP-1), é um fármaco novo mercado com a aprovação da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em
março de 2010, conhecido pelo nome Victoza®. Está
disponível na forma de solução injetável na concentração 6,0 mg/mL em sistemas
de aplicação (multidose e descartável) pré-preenchidos com 3 mL cada. É usada constantemente no
tratamento da diabetes tipo 2, para controle glicêmico em adultos, quando dieta
e exercícios não são suficientes para este controle. A Liraglutida também
melhora os fatores de risco ligados à obesidade, redução da circunferência
abdominal, pressão sanguínea e sintomas pré-diabéticos.
As drogas estimulam a produção de insulina e aumentam a
sensação de saciedade por isso acabam sendo usadas também por pessoas sem
diabetes tipo 2 para perda de peso, não recomendada por especialistas.
A ANVISA, não reconhece qualquer outra utilização
terapêutica, a não ser como agente antidiabético, não havendo nenhuma indicação
da empresa detentora do registro para outras finalidades. O FDA (Food and Drug Administration) emitiu alerta em
13 de junho de 2011 sobre aumento do risco para pancreatite. O EMA (European Medicines Agency) informa que as
solicitações de alterações pós-comercialização foram: inclusão na bula sobre
efeitos de pancreatite, alteração da função renal, desidratação, e alteração da
tiróide. E reações adversas mais frequentes são: hipoglicemia, dores de cabeça,
náusea e diarreia.
Por ser um fármaco novo, não há dado suficiente sobre as consequências
do uso prolongado. Contudo,
com base nos ensaios clínicos disponíveis, sabe-se que o uso de liraglutida
está associado a efeitos sobre a tireoide, particularmente em pacientes com doença
pré-existente nesta glândula. Entre os relatos incluem-se aumento da
calcitonina sanguínea, bócio e neoplasias da tireoide. Seu uso não é recomendado
para pacientes com disfunção renal relevante
O fármaco sendo análogo ao GLP-1, ele reproduz a ação desse
hormônio. Produzido na mucosa intestinal e sua secreção é estimulada por
nutrientes, no período pós-prandial. Por
reduzir as contrações do intestino quando o bolo alimentar chega ao íleo,
assim, tendo um tempo maior para absorver os nutrientes ingeridos, produz uma
sensação de saciedade.
O
medicamento é injetável e aplicação é feita pelo próprio paciente,uma vez ao
dia, no subcutâneo. A medicação já vem em uma caneta aplicadora equipada com
uma agulha muito fina o que torna a aplicação praticamente indolor. . A aplicação diária da liraglutida proporciona efeitos mais prolongados
que o próprio GLP-1
Segundo a pesquisadora María Dolores Garcia de Lucas, da
Agencia Sanitária Costa del Sol, Espanha, a Liraglutida melhora o controle
metabólico em pacientes diabéticos obesos e risco vascular (pressão arterial
sistólica), reduzindo peso, centímetros de cintura, hemoglobina glicosilada
(HbA1c). Outros dos benefícios notados
com esse teste foram o aumento do HDL e a redução do LDL, triacilglicerídeos,
aumento da adiponectina.
IMC = índice de massa corporal; CC = centímetros de cintura; TAS = pressão arterial sistólica; TAD = pressão arterial diastólica; HbA1c = hemoglobina glicosada; TG = triacilglicerídeos |
Outra questão, foi a diminuição de fibrinogênio, o que é algo
grave, pois essa glicoproteína é utilizada na coagulação do sangue.
Em outra pesquisa, brasileiros da UFRJ deram um passo muito
importante para mostrar que o mal de Alzheimer é uma espécie de “diabetes do
cérebro”, assim, poderia ser tratado com agentes antidiabéticos. Com conclusão
na capa da revista científica “Cell metabolism”. Uma das pistas sobre, é por
conta da insulina, que também atua no cérebro, ajudando a estimular as conexões
entre neurônios e a própria sobrevivência deles. Assim a alteração da atuação
desse hormônio poderiam abrir caminho para a proteína beta-amiloide, que
destroem os neurônios. Nos estudos mostraram que essa proteína beta-amiloide
ativa moléculas, que nos diabéticos, faz com seu organismo não responder à
insulina.
Em camundongos, os pesquisadores viram que, o remédio
(liraglutida), protegeu as conexões cerebrais e até as restauraram. "Também
conseguimos demonstrar esse efeito protetor em macacos", diz De Felice, líder
da equipe de pesquisa. “"Dois grupos de colaboradores nossos nos EUA e no
Reino Unido já estão fazendo esse teste, nos EUA com insulina inalada e no
Reino Unido com liraglutida e outros antidiabéticos, mas vamos precisar de
alguns anos para resultados mais claros."
Referências:
http://www.cff.org.br/noticia.php?id=712&titulo=CFF+publica+Nota+T%C3%A9cnica+sobre+Liraglutida
http://www.cff.org.br/noticia.php?id=1540&titulo=Droga+antidiabetes+trata+Alzheimer+em+roedores
http://www.cff.org.br/noticia.php?id=712&titulo=CFF+publica+Nota+T%C3%A9cnica+sobre+Liraglutida
http://www.cff.org.br/noticia.php?id=1540&titulo=Droga+antidiabetes+trata+Alzheimer+em+roedores
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